sábado, 14 de março de 2020


o tempo talvez fosse o remédio, se eu realmente quisesse alguma cura para tudo que senti e talvez ainda sinta por você.
a troca dos discos, a doação dos livros que te sublinhei sem ao menos imaginar que isso impediria que eu os lesse novamente sem que voltasse ao passado que eu já não quero mais lembrar.
a fuga talvez fosse a solução, uma mudança de planos, de endereço, identidade e até mesmo de cidade. para qualquer lugar em que os dias nublados não me lembrem a preguiça estampada nos seus olhos castanhos e no seu corpo estirado na minha cama rezando pra ser um sábado, um domingo ou feriado.
o esquecimento forçado talvez me ajudasse a apagar vagarosamente os teus sinais na minha memória, as canções que você ouvia e que ficaram impregnadas em cada momento que vivi contigo, mas e os teus sorrisos? onde encontro um jeito de apaga-los de mim?
tempo e cura, talvez fosse o casamento ideal de soluções se eu realmente quisesse ser curada de você, se eu realmente quisesse te apagar de vez de mim. eu não quero e não posso, seria como arrancar páginas da minha própria história.
que o meu remédio seja apenas a aceitação de que não eramos para ser, sem que eu precise me perder pra te esquecer, me esquecer pra te apagar ou matar qualquer sentimento que seja aqui dentro.
que a cura seja apenas um coração em obras e que o tempo seja apenas um aliado para um recomeço sem culpas, sem falhas e sem receios passados.
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@kennyjossenyjk
@jocitandoamor

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