Ontem eu desejei o seu abraço, e ao cair da noite desejei desesperadamente te encontrar em casa após um dia entediante de trabalho, é difícil negar que em noites assim de frio eu não sinta falta do seu calor. Eu quis muito que a nossa história não tivesse um ponto final, eu fiz o que podia e até mesmo o que eu não devia, pra não te ver partir. Mas assim como o frio em algum momento chega, uma hora também vai embora para que o calor apareça. Então você foi, e esqueceu de fechar a porta, esqueceu também de levar todas as lembranças que após um fim se tornam desnecessárias e pesadas para um recomeço. Confesso que ter a porta entreaberta não foi um problema, algo me diz que à qualquer hora uma nova pessoa vai querer adentrar, e quem sabe, talvez por curiosidade, por vontade ou descuido esse alguém goste e queira ficar...
E quando isso acontecer a minha maior certeza será de que nada acontece por acaso, colhemos o que plantamos, recebemos o que cativamos. Algumas perdas são necessárias para dar espaço para o novo, algumas idas são obrigatórias para algumas chegadas. Hoje eu já não sinto mais aquele frio na barriga ao lembrar seu rosto, e até poderia te encontrar na rua que não sentiria a euforia de te ter junto à mim. Assim como o vento passa e leva os aromas, você passou como folha seca perdida no ar. E sinceramente o que tinha de ficar comigo continua e permanece intacto no mesmo lugar, não lamento as perdas, nem mesmo as idas, se foi é porque não merecia ficar."
- Josseny Kenny.